Entenda os riscos de combinar drogas e álcool
No Brasil, pesquisas apontam que 26,8% dos jovens com idades entre 15 e 19 anos relataram consumo de álcool no último ano, o que é um fator de risco para acidentes, violências e doenças
De cada dez pessoas que começam a beber antes dos 15 anos, seis fazem isso em festas ou por influência dos amigos. Pesquisa feita pelo IBGE com dez mil estudantes de ambos os sexos entre 13 e 17 anos mostra que um a cada quatro entrevistados já sabia o que era ficar bêbado.
Pense nessa combinação: adolescentes e festas. Segundo pesquisa do CISA (Centro de Informações sobre Álcool e Saúde), de 2019, 43,8% dos adolescentes consumiram bebidas alcoólicas em festas e 17,8% entre amigos. No Brasil, apesar da existência da Lei no 13.106/2015, que proíbe a oferta de bebidas alcoólicas para menores de 18 anos de idade, 9,4% teve permissão da família e 3,8% bebeu em casa com permissão. Parecem números pequenos, mas não são. Até porque, sem nem perceber, muitas vezes, os pais oferecem a experiência do álcool antes da hora.
Por que as pessoas combinam estas substâncias?
A combinação de álcool e drogas é muito comum, especialmente nos usuários que fazem consumo destas substâncias para fins recreativos, bem como para dependentes químicos, especialmente os em situação de abandono ou vulnerabilidade social, como moradores de rua, por exemplo.
Para estas pessoas, a ideia da mistura é potencializar os efeitos desejados (euforia, alucinações, sensação de leveza e relaxamento), ao mesmo tempo que buscam também disfarçar os efeitos sensoriais negativos (sensação de impotência, incapacidade motora, dores relacionadas à ressaca, entre outras consequências do uso das drogas.
Dentro do corpo, o organismo também sente a mistura. As drogas causam efeitos nas pessoas justamente porque alteram o funcionamento do corpo através da injeção de substâncias diversas na corrente sanguínea, seja por via estomacal, intravenosa ou inalatória. Ao misturar algumas destas substâncias, elas amplificam as alterações realizadas em órgãos como rins, fígado, coração e cérebro, causando ampliação dos efeitos – e também dos danos.
Na teoria, o álcool também é considerado uma droga, mas para fins práticos, normalmente separa-se substâncias etílicas, como cerveja, whiskey e vodka, de outros entorpecentes, como maconha, cocaína e crack.
Outro problema é o fato de, além de se misturar álcool e drogas, o usuário faz consumo de vários entorpecentes ao mesmo tempo. Ou seja, além de beber produtos alcoólicos, ele pode ao mesmo tempo fumar maconha e cheirar cocaína.
No corpo, a mistura chega como uma bomba. Quando se mistura álcool e cocaína, por exemplo, a tendência é que o usuário consuma ambos os produtos até desmaiar ou sofrer uma overdose, pois no cérebro, o consumo de uma substância provoca mais vontade de consumir a outra. É muito comum que usuários de cocaína só façam uso de coca quando bebem.
O efeito da mistura álcool + maconha é semelhante, com a peculiaridade de que ambos prejudicam a capacidade motora do usuário. Por isso, ao misturar maconha e uma quantidade razoável, a pessoa ficará bastante embriagada, perdendo consideravelmente suas capacidades mentais e físicas. O dano aos rins e ao fígado são potencializados.
NÃO FAÇA PARTE DAS ESTATÍSTICAS.
Por fim, a pesquisa aponta que o álcool é a droga psicoativa que mais causa dano social no Brasil e no mundo. Pela razão das pessoas começarem a consumir álcool cada vez mais cedo e de forma excessiva, a consequência não poderia ser diferente.
Se você, ou alguém da sua família passa por isso, o primeiro passo é reconhecer o problema e que a vida está fora de controle. Procure ajuda especializada, pois existem técnicas psicoterapêuticas, terapêuticas e psicológicas específicas e eficazes que o poderão ajudar.
Existem pessoas que podem ajudar a mudar os hábitos, adquirir novas atitudes e viver um dia de cada vez.